sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Introdução a Anatomia

IntroduçãoaAnatomia

CONSIDERAÇÕES GERAIS
Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Com a descoberta do microscópio desenvolveram ciências que, embora constituam especializações, são ramos da Anatomia, como a Citologia estudo das células, a Histologia estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos, e a Embriologia estudo do desenvolvimento do indivíduo.
Do mesmo modo poder-se-ia ainda considerar várias formas de estudo anatômicas. Algumasdelassão as seguintes:
·         anatomia sistêmica: trata-se do estudo macroscópico, e analítico, dos sistemas orgânicos, sistema respiratório ou do sistema nervoso.
·         anatomia topográfica: consiste no estudo de territórios ou regiões do corpo, superficiais ou profundas.
·         anatomia aplicada: compreende o estudo da aplicação prática dos dados anatômicos.
·         anatomia radiológica: consiste no estudo das estruturas anatômicas por meio do raio X. Houve um avanço tecnológico considerável na área radiológica. Acrescentaram novos procedimentos como a radioscopia, seriografia, nerradiologia, colangiografia operatória, a ultrassonografia e a ecografia. Pode-se ainda mencionar a tomografia computadorizada, a ressonância magnética. Com injeção de substância de contraste, angiografias, angiocardiografia, arteriografias, veno ou flebografias e após incorporação de radionuclídeos é a cintilografia.
·         anatomia antropóloga: consiste no estudo dos aspectos anatômicos dos povos e grupos étnicos.
·         anatomia comparativa: refere-se ao estudo comparado da estrutura morfologia de espécies diferentes.
·         anatomia biotipológica: estuda os tipos individuais de construção do corpo humano.
Especificamente, a Anatomia (Ana= de alto a baixo, em partes + Tomé= corte, cortar de alto a baixo, corte em partes) macroscópica é estudada pela dissecação de peças previamente fixadas por soluções apropriadas.
NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA
Em Anatomia, utilizam-se critérios estatísticos para definir o que é normal: normal e aquilo que é mais frequentes, ou seja, a estrutura (incluindo a forma) que se encontra mais frequentemente na amostragem de indivíduos. A simples observação de um grupamento humano evidencia de imediato diferenças morfológicas entre o elementos que compõem o grupo. Estas diferenças morfológicas são denominadas variações anatômicas e podem apresentar-se externamente ou em qualquer dos sistemas do organismo, sem que isto traga prejuízo funcional para o indivíduo. As variações anatômicas, portanto, estão dentro dos limites da normalidade.



Nos dois indivíduos representados na. 0 é evidente que a sua conformação externa não é a mesma. No entanto, este fato não prejudica, por exemplo, o equilíbrio na posição bípede, em nenhuma dos dois. As diferenças notadas são variações anatômicas externas, também denominadassomáticas, porque ocorrem no corpo (soma). Já na, vê-se, esquematicamente a representação do estômago em dois indivíduos. A forma é diferente: o estômago A é alongado, com grande eixo vertical, e o estômago B apresenta-se mais horizontalmente. Isto entretanto, não perturba os fenômenos digestivo que ocorrem no órgão referido. Esta variação anatômica ocorreu em um órgão do sistema digestório, sendo, portanto, interna. Visto que o material de estudo da Anatomia é o cadáver, deve-se ter sempre a possibilidade de variações anatômica: o que se observa um cadáver pode não reproduzir exatamente o que um Atlas de Anatomia representa; dois cadáveres, um mesmo elemento pode apresentar-se diferentemente; uma artéria pode, por exemplo, dividir-se em duas no nível da fossa cubital (do cotovelo) em um cadáver e, em outro, a divisão pode ocorrer no nível da axila. A comprovação das variações anatômicas é evidente quando se observa o padrão de distribuição das veias superficiais nos antebraçõs de um mesmo indivíduo: é fácil verificar que o padrão não é o mesmo nos dois antebraços. Assim até em um mesmo indivíduo ocorrem variações anatômicas quando comparamos os dois lados “a variação, em Anatomia, é uma constante”.
ANOMALIA
Na variação anatômica não há prejuízo da função. Entretanto, podem ocorrer variações morfológicas que determinam perturbação funcional, como acontece nas más formações. Por exemplo, o indivíduo pode nascer com um dedo a menos na mão direita. Quando o desvio do padrão anatômico perturba a função, diz-se que se trata de uma anomalia e não de uma variação. As anomalias podem ser congênitas ou adquiridas. Neste último caso são resultantes de uma lesão ou doença. Exemplos de anomalias: lábio leporino, fenda palatina, dedos supranumerários.

MOSTRUOSIDADE
Se a anomalia for tão acentuada de modo a deformar profundamente a construção do corpo do indivíduo, sendo, em geral, incompatível com a vida, denomina-se monstruosidade, por exemplo, a agenesia (não formação) do encéfalo. O estudo deste assunto é feito em Teratologia. Os progressos da medicina cirúrgica têm conseguindo corrigir deformações, aparentemente incompatíveis com a vida, de modo a permitir aos portadores destas monstruosidade uma vida normal. Nos anos 60, a talidomida foi receitada pelos médicos para aliviar os enjoos, comuns na primeira gravidez. O medicamento, entretanto, como ficou comprovado posteriormente, causava monstruosidades ou graves anomalias, como a ausência de membros (amelia) ou da porção de um ou mais membros (focomelia) nos fetos.


FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO
Às variações anatômicas ditas individuais devem ser acrescentadas aquelas decorrentes da idade, do sexo da raça, do biótipo e da evolução. Estes são, em conjunto, denominados fatores gerais de variações anatômicas.
A – Idade: é o tempo decorrido ou a duração da vida. Notáveis modificações anatômicas ocorrem nas fases da vida intra e extra-uterina do mamífero, bem como nos principais períodos em que cada fase se subdivide. Em cada período o indivíduo recebe nome especial a saber:
B – Sexo: é o caráter de masculinidade ou feminilidade. É possível reconhecer órgãos de um e de outro sexo, graças as características especiais, mesmo fora da esfera genital.
C – Raça: é a denominação conferida a cada grupamento humano que possui caracteres físicos comuns, externa e internamente, pelos quais se distingue dos demais. Conhecem-se, por exemplo, representantes das raças Banca, Negra e Amarela e seus mestiços, ou seja, “o produto do seu encruzamento”.
D – Biótipo: é a resultante da soma de caracteres herdados e dos caracteres adquiridos por influência do meio e de sua inter- relação. Os biótipos institucionais existem em cada grupo étnico.
Os dois tipos extremos são chamados longilíneo e o brevilíneo.
Os Longilíneo: são indivíduos magros, em geral, altos, com pescoço longo, tórax muito achatado, com membros longos em relação à altura do tronco..
OsBrevilíneos: são indivíduos atarracados, em geral baixos, com pescoço curto, tórax de grande diâmetro ântero-posterior, membros curtos em relação à altura do tronco.
Os mediolínes apresentam caracteres intermediários aos dos tipos precedentes.


Evolução: influencia o aparecimento de diferenças morfológicas, no decorrer dos tempos, como foi demonstrado pelo estudo dos fósseis. A evolução continua a ocorrer em todas as espécies, incluindo a espécie humana. Entre os fatores que podem ocasionar variações anatômicas incluem-se também a influência do meio ambiente, do esporte e do trabalho. Esportistas profissionais acabam por desenvolver, de maneira mais acentuada, certos grupos musculares em detrimento de outros.
POSIÇÃO DE DESCRIÇÃO ANATÔMICA
A posição anatômica é obtida quando o corpo está ereto, pés unidos, membros superiores colocados ao lado do corpo, palmas das mãos voltadas para frente, dedos estendidos, polegares afastados do corpo, face voltada para frente, olhar dirigido para o horizonte.



Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico, um paralelepípedo. Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes:
a - dois planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano dorsal ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são também designados como planos frontais, por seremparalelos à “fronte”. Via de regras, as denominaçõesventral e dorsal são reservadas ao tronco e anterior e posterior, ao membros;




http://www.sogab.com.br/anatomia/planoanterior.jpg
b - dois planos verticais tangentes aos lados do corpo – planos laterais direito e esquerdo;


c - dois planos horizontais, um tangente à cabeça – plano cranial ou superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior.


O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, este plano é denominado caudal

Planos de Secção do Corpo
a - O plano que divide o corpo humano em metades esquerda e direita é denominado mediano. Toda secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital. O nome deriva do fato de que o plano mediano passa pela sagitta (que significa seta do crânio fetal), figura representada pelose espaços suturais medianos, de direção ântero-posterior. A mostra um crânio de feto em vista superior para localizar a sagitta.





http://www.scielo.br/img/revistas/dpjo/v15n5/11f02.jpg

c - Os Planos de secção paralelos aos planos ventral e dorsal são ditos frontais (corte frontal) plano ventral (ou anterior) é tangente à fronte do indivíduo, donde o adjetivo – frontal; 




d - Os Planos secção que são paralelos aos planos craniais, podálico e caudal são horizontais. A secção é denominadatransversal (corte transversal).



Eixos do Corpo Humano
São linhas imaginárias traçadas no indivíduo considerado incluído no paralelepípedo. Oseixosprincipaisseguemtrêsdireçõesortogonais:
·         eixo sagital, ântero-posterior, unindo o centro do plano ventral ao centro do plano dorsal. E um eixo héteropolar pois suas extremidades tocam em porções não correspondentes do corpo;
·         eixo longitudinal crânio-caldal, úmido
·         o centro do plano cranial, ao centro do plano podálico que é igual ao héteropolar;
·         eixo transversal, látero-lateral, unindo o centro do plano lateral direito ao centro do lateral esquerdo, este é homopolar, suas extremidades tocam em pontos correspondentes do corpo.



TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO   
Conforme o órgão, são descritos faces, margens, extremidades ou ângulo, designados de acordo com os correspondentes planos fundamentais para os quais estão voltados. Por exemplo, uma face que olha para o plano mediano é medial, e a que está voltada para plano de um dos lados é lateral.
Posição dos órgãos são indicadas também, em função desses planos: um órgão próximo ao mediano é medial ou se acha medialmente, em relação a outro que lhe fica lateralmente, ou seja mais perto do plano lateral, direito ou esquerdo. Dai a grande importância de conhecer-se os planos de delimitação e secção do corpo, uma vez que os termos descritivos da posição e direção dos órgãos são utilizados em função deles. A figura representa de modo esquemático, um corte transversal ao nível tórax. Estruturas estão aí colocadas em posição diversas. Os afetivos internos e externos como termos de posição indicando a situação da parte voltada para o exterior ou interior de uma cavidade.



PRINCÍPIOS GERAIS DO CORPO HUMANO
O corpo humano é construído segundo alguns princípios fundamentais que prevalecem para os vertebrados elencados a seguir:
Antimeria: é o plano mediano que divide o corpo do indivíduo em duas metades, que são semelhantes, morfológicas e funcionalmente, podem dizer se que o homem é construído segundo o princípio da simetria bilateral. Na realidade não há simetria perfeita porque não existe correspondência exata de todos os órgãos. Ela é mais notável no início do desenvolvimento, um fato que poderá ser comprovado no estudo da embriologia.



Metameria: por metameria entende se a super posição no sentido longitudinal de seguimentos semelhantes, cada seguimento correspondendo a um metâmero, mais ainda que a antímeria e a metameria é evidentena fase embrionária conservando se no adulto apenas em algumas estruturas como por exemplo, na coluna vertebral (super posição de vértebras) e caixa torácica (as costelas estão surper postas em serie longitudinal deixando entre elas os chamados espaço entre costais).





Paquimeria: É o princípio segundo o qual seguimento axial do corpo do indivíduo e constituído esquema tipicamente por dois tubos.


http://4.bp.blogspot.com/-u6wq_yeWDyY/UGwr67xilzI/AAAAAAAAAbM/ONDgX3wO6tI/s320/Planos_de_Constru%C3%A7%C3%A3o.jpg


Os tubos denominadas: pequímero que são respectivamente, anterior ou ventral e posterior ou dorsal. O pequímero maior contém a maioria das vísceras, e por esta razão é também denominada paquímero visceral. O paquímero posterior compreende a cavidade craniana e o canal vertebral (sitiado dentro da coluna vertebral) e aloja o sistema nervoso central: O encéfalo na cavidade craniana e a medula na coluna vertebral, esta e a razão também pela qual ele é denominado paquímero neural.
Estratificação: O princípio segundo o corpo humano é construído por camadas, estratos, telas ou túnicas que se sobrepõe reconhecendo-se portanto uma estratimetria ou estratificação. Essa estratificação, pode ser reconhecida tanto no nível microscópio quanto no subcelular (visível ao microscópio eletrônico). Nas fases início do desenvolvimento, por exemplo, são identificadas três camadas, concêntricas: ectoderma (externa), mesoderma (media) endoderma (interna).
A pele e a camada mais superficial vindo a seguir a tela subcutânea, a fáscia muscular, os músculos, os ossos podem ocorrer vasos e nervos no nível da tela subcutânea ou na profundidade, entre músculos. As estruturas que se situam fora da lâmina de envoltura dos músculos, (fáscia muscular) são ditas superficiais as que se situam dentro desta lâmina são profundas. 
Segmentação: é possível considerar se também a segmentação como um dos princípios de construção corpórea, definindo seguimento como o território de um órgão que possua irrigação e drenagem sanguínea independente, separadas dos demais ou separável e removível cirurgicamente e que seja identificado morfologicamente.

Bibliografia:
D’ANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006.
MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; DALLEY. Anatomia orientada para a clínica. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2007.
TORTORA, G.J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre: Artemed, 2000Img

Alunas:
Cláudia Marques de Oliveira
Marilene Santos Baltazar
Myllena Ferreira Lima