IntroduçãoaAnatomia
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Anatomia é a ciência que estuda, macro e
microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
Com a descoberta do microscópio desenvolveram ciências que, embora constituam
especializações, são ramos da Anatomia, como a Citologia estudo das células, a
Histologia estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de
órgãos, e a Embriologia estudo do desenvolvimento do indivíduo.
Do mesmo modo poder-se-ia ainda considerar várias
formas de estudo anatômicas. Algumasdelassão as
seguintes:
·
anatomia sistêmica: trata-se do estudo macroscópico, e analítico, dos sistemas orgânicos,
sistema respiratório ou do sistema nervoso.
·
anatomia topográfica: consiste no estudo de territórios ou regiões do corpo, superficiais ou
profundas.
·
anatomia aplicada: compreende o estudo da aplicação prática dos dados anatômicos.
·
anatomia radiológica: consiste no estudo das estruturas anatômicas por meio do raio X. Houve
um avanço tecnológico considerável na área radiológica. Acrescentaram novos
procedimentos como a radioscopia, seriografia, nerradiologia, colangiografia
operatória, a ultrassonografia e a ecografia. Pode-se ainda mencionar a
tomografia computadorizada, a ressonância magnética. Com injeção de substância
de contraste, angiografias, angiocardiografia, arteriografias, veno ou
flebografias e após incorporação de radionuclídeos é a cintilografia.
·
anatomia antropóloga: consiste no estudo dos aspectos anatômicos dos povos e grupos étnicos.
·
anatomia comparativa: refere-se ao estudo comparado da estrutura morfologia de espécies
diferentes.
·
anatomia biotipológica: estuda os tipos individuais de construção do
corpo humano.
Especificamente, a Anatomia (Ana= de alto a
baixo, em partes + Tomé= corte, cortar de alto a baixo, corte em partes)
macroscópica é estudada pela dissecação de peças previamente fixadas por
soluções apropriadas.
NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA
Em Anatomia, utilizam-se
critérios estatísticos para definir o que é normal: normal e aquilo que é mais
frequentes, ou seja, a estrutura (incluindo a forma) que se encontra mais
frequentemente na amostragem de indivíduos. A simples observação de um
grupamento humano evidencia de imediato diferenças morfológicas entre o
elementos que compõem o grupo. Estas diferenças morfológicas são denominadas variações
anatômicas e podem apresentar-se externamente ou em qualquer dos sistemas
do organismo, sem que isto traga prejuízo funcional para o indivíduo. As
variações anatômicas, portanto, estão dentro dos limites da normalidade.
Nos dois indivíduos representados
na. 0 é evidente que a sua conformação externa não é a mesma. No entanto, este
fato não prejudica, por exemplo, o equilíbrio na posição bípede, em nenhuma dos
dois. As diferenças notadas são variações anatômicas externas, também denominadassomáticas,
porque ocorrem no corpo (soma). Já na, vê-se, esquematicamente a representação
do estômago em dois indivíduos. A forma é diferente: o estômago A é
alongado, com grande eixo vertical, e o estômago B apresenta-se mais
horizontalmente. Isto entretanto, não perturba os fenômenos digestivo que
ocorrem no órgão referido. Esta variação anatômica ocorreu em um órgão do
sistema digestório, sendo, portanto, interna. Visto que o material de estudo da
Anatomia é o cadáver, deve-se ter sempre a possibilidade de variações
anatômica: o que se observa um cadáver pode não reproduzir exatamente o que um
Atlas de Anatomia representa; dois cadáveres, um mesmo elemento pode
apresentar-se diferentemente; uma artéria pode, por exemplo, dividir-se em duas
no nível da fossa cubital (do cotovelo) em um cadáver e, em outro, a divisão
pode ocorrer no nível da axila. A comprovação das variações anatômicas é
evidente quando se observa o padrão de distribuição das veias superficiais nos
antebraçõs de um mesmo indivíduo: é fácil verificar que o padrão não é o mesmo
nos dois antebraços. Assim até em um mesmo indivíduo ocorrem variações
anatômicas quando comparamos os dois lados “a variação, em Anatomia, é uma
constante”.
ANOMALIA
Na variação anatômica não há prejuízo da função.
Entretanto, podem ocorrer variações morfológicas que determinam perturbação
funcional, como acontece nas más formações. Por exemplo, o indivíduo pode
nascer com um dedo a menos na mão direita. Quando o desvio do padrão anatômico
perturba a função, diz-se que se trata de uma anomalia e não de uma variação.
As anomalias podem ser congênitas ou adquiridas. Neste último caso são
resultantes de uma lesão ou doença. Exemplos de anomalias: lábio leporino,
fenda palatina, dedos supranumerários.
MOSTRUOSIDADE
Se a anomalia for tão acentuada
de modo a deformar profundamente a construção do corpo do indivíduo, sendo, em
geral, incompatível com a vida, denomina-se monstruosidade, por exemplo, a
agenesia (não formação) do encéfalo. O estudo deste assunto é feito em
Teratologia. Os progressos da medicina cirúrgica têm conseguindo corrigir
deformações, aparentemente incompatíveis com a vida, de modo a permitir aos
portadores destas monstruosidade uma vida normal. Nos anos 60, a talidomida foi
receitada pelos médicos para aliviar os enjoos, comuns na primeira gravidez. O
medicamento, entretanto, como ficou comprovado posteriormente, causava
monstruosidades ou graves anomalias, como a ausência de membros (amelia) ou da
porção de um ou mais membros (focomelia) nos fetos.
FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO
Às variações anatômicas ditas individuais devem ser
acrescentadas aquelas decorrentes da idade, do sexo da raça, do biótipo e da
evolução. Estes são, em conjunto, denominados fatores gerais de variações
anatômicas.
A – Idade: é o tempo decorrido ou a
duração da vida. Notáveis modificações anatômicas ocorrem nas fases da vida
intra e extra-uterina do mamífero, bem como nos principais períodos em que cada
fase se subdivide. Em cada período o indivíduo recebe nome especial a saber:
B – Sexo: é o caráter de masculinidade ou
feminilidade. É possível reconhecer órgãos de um e de outro sexo, graças as características
especiais, mesmo fora da esfera genital.
C – Raça: é a denominação conferida a cada
grupamento humano que possui caracteres físicos comuns, externa e internamente,
pelos quais se distingue dos demais. Conhecem-se, por exemplo, representantes
das raças Banca, Negra e Amarela e seus mestiços, ou seja, “o produto do seu
encruzamento”.
D – Biótipo: é a resultante da soma de
caracteres herdados e dos caracteres adquiridos por influência do meio e de sua
inter- relação. Os biótipos institucionais existem em cada grupo étnico.
Os dois tipos extremos são chamados longilíneo
e o brevilíneo.
Os Longilíneo: são
indivíduos magros, em geral, altos, com pescoço longo, tórax muito achatado,
com membros longos em relação à altura do tronco..
OsBrevilíneos: são
indivíduos atarracados, em geral baixos, com pescoço curto, tórax de grande
diâmetro ântero-posterior, membros curtos em relação à altura do tronco.
Evolução: influencia o aparecimento de diferenças
morfológicas, no decorrer dos tempos, como foi demonstrado pelo estudo dos
fósseis. A evolução continua a ocorrer em todas as espécies, incluindo a
espécie humana. Entre os fatores que podem ocasionar variações anatômicas
incluem-se também a influência do meio ambiente, do esporte e do trabalho.
Esportistas profissionais acabam por desenvolver, de maneira mais acentuada,
certos grupos musculares em detrimento de outros.
POSIÇÃO DE DESCRIÇÃO ANATÔMICA
A posição anatômica é obtida quando o corpo está
ereto, pés unidos, membros superiores colocados ao lado do corpo, palmas das
mãos voltadas para frente, dedos estendidos, polegares afastados do corpo, face
voltada para frente, olhar dirigido para o horizonte.
Na posição anatômica o corpo humano pode ser
delimitado por planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas
intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico, um paralelepípedo.
Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes:
a - dois planos verticais, um
tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso
– plano dorsal ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são
também designados como planos frontais, por seremparalelos à “fronte”.
Via de regras, as denominaçõesventral e dorsal são reservadas ao
tronco e anterior e posterior, ao membros;
http://www.sogab.com.br/anatomia/planoanterior.jpg
c - dois
planos horizontais, um tangente à cabeça – plano cranial ou superior
– e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior.
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo
plano horizontal que tangencia o vértice do cóccix, ou seja, o osso que no
homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, este plano é
denominado caudal.
Planos de Secção do Corpo
a - O plano que divide o
corpo humano em metades esquerda e direita é denominado mediano. Toda
secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital.
O nome deriva do fato de que o plano mediano passa pela sagitta (que significa
seta do crânio fetal), figura representada pelose espaços suturais medianos, de
direção ântero-posterior. A mostra um crânio de feto em vista superior para
localizar a sagitta.
http://www.scielo.br/img/revistas/dpjo/v15n5/11f02.jpg
c - Os Planos de secção paralelos
aos planos ventral e dorsal são ditos frontais (corte frontal) plano
ventral (ou anterior) é tangente à fronte do indivíduo, donde o adjetivo –
frontal;
d - Os Planos secção que são
paralelos aos planos craniais, podálico e caudal são horizontais. A secção
é denominadatransversal (corte transversal).
Eixos do Corpo Humano
São linhas imaginárias traçadas no indivíduo
considerado incluído no paralelepípedo. Oseixosprincipaisseguemtrêsdireçõesortogonais:
·
eixo sagital, ântero-posterior, unindo o centro do plano ventral ao centro do
plano dorsal. E um eixo héteropolar pois suas extremidades tocam em
porções não correspondentes do corpo;
·
eixo longitudinal
crânio-caldal, úmido
·
o centro
do plano cranial, ao centro do plano podálico que é igual ao héteropolar;
·
eixo transversal, látero-lateral, unindo o centro do plano lateral direito ao
centro do lateral esquerdo, este é homopolar, suas extremidades tocam em
pontos correspondentes do corpo.
TERMOS DE POSIÇÃO E
DIREÇÃO
Conforme o órgão, são descritos faces, margens,
extremidades ou ângulo, designados de acordo com os correspondentes planos
fundamentais para os quais estão voltados. Por exemplo, uma face que olha para
o plano mediano é medial, e a que está voltada para plano de um dos
lados é lateral.
Posição dos órgãos são indicadas também, em função
desses planos: um órgão próximo ao mediano é medial ou se acha medialmente,
em relação a outro que lhe fica lateralmente, ou seja mais perto do
plano lateral, direito ou esquerdo. Dai a grande importância de conhecer-se os
planos de delimitação e secção do corpo, uma vez que os termos descritivos da
posição e direção dos órgãos são utilizados em função deles. A figura
representa de modo esquemático, um corte transversal ao nível tórax. Estruturas
estão aí colocadas em posição diversas. Os afetivos internos e externos como
termos de posição indicando a situação da parte voltada para o exterior ou
interior de uma cavidade.
PRINCÍPIOS GERAIS DO CORPO HUMANO
O corpo humano é construído segundo alguns
princípios fundamentais que prevalecem para os vertebrados elencados a seguir:
Antimeria: é o plano mediano que divide o
corpo do indivíduo em duas metades, que são semelhantes, morfológicas e
funcionalmente, podem dizer se que o homem é construído segundo o princípio da
simetria bilateral. Na realidade não há simetria perfeita porque não existe
correspondência exata de todos os órgãos. Ela é mais notável no início do
desenvolvimento, um fato que poderá ser comprovado no estudo da embriologia.
Metameria: por metameria entende se a
super posição no sentido longitudinal de seguimentos semelhantes, cada
seguimento correspondendo a um metâmero, mais ainda que a antímeria e a
metameria é evidentena fase embrionária conservando se no adulto apenas em
algumas estruturas como por exemplo, na coluna vertebral (super posição de
vértebras) e caixa torácica (as costelas estão surper postas em serie
longitudinal deixando entre elas os chamados espaço entre costais).
Paquimeria: É o princípio segundo o qual
seguimento axial do corpo do indivíduo e constituído esquema tipicamente por
dois tubos.
http://4.bp.blogspot.com/-u6wq_yeWDyY/UGwr67xilzI/AAAAAAAAAbM/ONDgX3wO6tI/s320/Planos_de_Constru%C3%A7%C3%A3o.jpg
Os tubos denominadas: pequímero que são
respectivamente, anterior ou ventral e posterior ou dorsal. O pequímero maior contém
a maioria das vísceras, e por esta razão é também denominada paquímero
visceral. O paquímero posterior compreende a cavidade craniana e o canal
vertebral (sitiado dentro da coluna vertebral) e aloja o sistema nervoso central:
O encéfalo na cavidade craniana e a medula na coluna vertebral, esta e a razão
também pela qual ele é denominado paquímero neural.
Estratificação: O princípio segundo o corpo humano
é construído por camadas, estratos, telas ou túnicas
que se sobrepõe reconhecendo-se portanto uma estratimetria ou estratificação.
Essa estratificação, pode ser reconhecida tanto no nível microscópio quanto no
subcelular (visível ao microscópio eletrônico). Nas fases início do
desenvolvimento, por exemplo, são identificadas três camadas, concêntricas: ectoderma
(externa), mesoderma (media) endoderma (interna).
A pele e a camada mais superficial vindo a seguir a
tela subcutânea, a fáscia muscular, os músculos, os ossos podem ocorrer
vasos e nervos no nível da tela subcutânea ou na profundidade, entre músculos.
As estruturas que se situam fora da lâmina de envoltura dos músculos, (fáscia
muscular) são ditas superficiais as que se situam dentro desta lâmina
são profundas.
Segmentação: é possível considerar se também a segmentação como um dos princípios de construção corpórea, definindo seguimento como o território de um órgão que possua irrigação e drenagem sanguínea independente, separadas dos demais ou separável e removível cirurgicamente e que seja identificado morfologicamente.
Segmentação: é possível considerar se também a segmentação como um dos princípios de construção corpórea, definindo seguimento como o território de um órgão que possua irrigação e drenagem sanguínea independente, separadas dos demais ou separável e removível cirurgicamente e que seja identificado morfologicamente.
Bibliografia:
D’ANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia
humana sistêmica e segmentar. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006.
MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.;
DALLEY. Anatomia orientada para a clínica. Rio de Janeiro. Guanabara
Koogan, 2007.
TORTORA, G.J. Corpo Humano:
Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre: Artemed, 2000Img
Alunas:
Cláudia Marques de Oliveira
Marilene Santos Baltazar
Myllena Ferreira Lima